quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Resenha do livro "A revolução dos bichos"- George Orwel.

Resenha da obra “A Revolução dos Bichos” de George Orwel
Éllen Silveira
O livro A Revolução dos Bichos foi escrito por George Orwel, o contexto histórico no qual foi escrito foi destacado pela Segunda guerra Mundial, porem foi editado apenas em 1945. A obra do autor ressalta aspectos de aversão a todo tipo de autoritarismo onde os bichos têm por objetivo conquistar e tomar conta da Granja do solar, cujo proprietário o Sr. Jones era um suposto inimigo dos animais, juntamente com todos os outros humanos. No segundo capítulo da obra, inesperadamente, falece o Major, um porco respeitado por todos os outros animais, sobretudo por toda sabedoria que os passava ao longo dos anos.
O Major havia passado aos demais animais muito de seus ensinamentos, de fato, muito relevantes para uma suposta revolução que deveriam organizar dentro da Granja Solar. Os porcos , assim como Major, ficaram com a tarefa de organizar e instruir todos os demais. Sendo assim essa tarefa recaiu sob o Napoleão e Bola de Neve, dois porcos muito inteligentes da granja, Napoleão possuía uma aparência ameaçadora, falava pouco, mas tinha grande força de vontade. Bola de Neve por sua vez, era mais ativo, tinha facilidade na comunicação, dentre os demais porcos também havia o Garganta cujo principal adjetivo era o manejo da palavra com brilho e ao falar algo difícil tinha o hábito de dar pulinhos. Esses três porcos ficaram responsáveis pela organização dos ensinamentos do velho Major e rapidamente rotularam esses ensinamentos com o nome de Animalismo.
“Varias noites por semana, depois que Jones dormia, realizavam reuniões secretas no celeiro e expunham aos outros os princípios do Animalismo.”(2000, p.19)
Todos os animais reuniam-se em assembleia todas as noites no celeiro pra expor suas dúvidas, medos e questionar os líderes sobre as mudanças que iriam ocorrer após a revolução. Alguns concordavam, outros achavam que iriam passar fome e ainda tinha aqueles que achavam que deveriam ser leais com o Sr. Jones, pois afinal, era o dono deles. Também tinha um corvo doméstico, chamado de Moisés, esse era o Corvo de estimação do Jones, era muito linguarudo e também espalhava mentiras e espionava os animais. Dentro desse contexto, os animais criaram um conjunto de ideias que serviria como instrução ao novo sistema chamado de animalismo, visto que, a revolução estava feita. Pois o Sr. Jones, bêbado dono da fazenda, certo dia, esqueceu-se de alimentar os animais e eles como esperavam por esse grande momento, revoltaram-se e colocaram Jones e os peões para fora da fazenda, com essa expulsão a fazenda era dos animais.
Os princípios do Animalismo foram colocados em prática a partir desse dia, havia sete mandamentos que constituíram as leis inalteráveis a partir de então, a granja Solar passou a chamar-se de Granja dos Bichos e deveria reger-se se fundamentando nesses princípios.
Esses Sete Mandamentos que seriam agora escritos na parede, constituiriam a lei inalterável pela qual a Granja dos bichos deveria reger sua vida a partir daquele instante, para sempre. Com alguma dificuldade (pois não é fácil um porco equilibrar-se a uma escada de mão) Bola de neve subiu e começou a trabalhar, enquanto Garganta, alguns degraus abaixo, segurava a lata de tinta. Os Mandamentos foram escritos na parede alcatroada em grandes letras brancas que podiam ser lidas a muitos metros de distâncias. Eis o que dizia o letreiro: Os Sete Mandamentos: 1.Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo 2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas ou tenha asa é amigo 3.Nenhum animal usará roupas 4. Nenhum animal dormirá em cama 5. Nenhum animal beberá álcool 6. Nenhum animal matará outro animal. Todos os animais são iguais (ORWEL,2000,p.27)
Diante dessas atribuições mencionadas acima, podemos fazer uma analogia com o funcionamento das sociedades, até mesmo com uma visão bem atual, percebe-se que o autor explicita os animais como personagens fictícios, porem relacionando-os ao comportamento humano, levando- nos a compreensão da sociedade e seu funcionamento em diferentes comandos e lideranças, onde independente de sistemas, ambos ambicionam o poder. Levando em conta a contribuição dos porcos com seu trabalho intelectual, chegamos à conclusão de que a fábula nos expõe é um mero exemplo de sociedade capitalista, onde os demais animais são os que mais trabalham e os que menos ganham.
Podemos perceber que os porcos foram os precursores dessa revolução e que os mandamentos em teoria são de uma sociedade socialista, mas existe uma contradição, logicamente na prática, onde eles comandam os demais animais e estipulam as regras e leis gerais aos mesmos, fazendo-os aderir ao sistema animalista, que praticamente foi imposto pelos líderes sob o restante dos bichos. Dessa forma podemos observar o egoísmo dos porcos no que diz respeito ao trabalho, fica bem claro que os porcos não trabalhavam, apenas supervisionavam e se utilizavam da sabedoria para manipular os outros bichos. Os demais bichos, maioria das vezes eram ignorantes e não eram tão eficazes nas habilidades de ler e escrever, por isso facilitava aos porcos que eram habilidosos nessas práticas o poder de fazer com que os demais animais simplesmente seguissem suas ordens.

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