sexta-feira, 8 de novembro de 2013
domingo, 3 de novembro de 2013
Artigo sobre Currículo: Política , Cultura e Poder.
Ellen Silveira
Licenciatura em
Sociologia
http//:ellenensinodesociologia@blogspot.com
AS INTERFERÊNCIAS DA
POLÍTICA, CULTURA E PODER NA CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO.
Resumo: Este artigo visa esclarecer um quadro
de interferência na construção do Currículo, manifestado através da política,
da cultura e do poder e busca uma relação das consequências que tais formas
resultam nesta intervenção.
Palavras chave: Currículo, política,
cultura , poder.
A partir dos
anos 80 ampliaram-se as discussões teóricas em torno da categoria do currículo
no Brasil. Hoje no país, existem 147equipes que problematizam este estudo, também constatou-se nesta
pesquisa 27 programas de pós-graduação e 453 teses e dissertações de pesquisas
sobre currículo entre 1996 e 2002. A autora Elizabeth Macedo interessa-se
especificamente pela distinção entre currículo formal e currículo em ação, ou
seja, uma distinção entre proposta e prática, buscando a compreensão da
proposta e amaneira de coloca-la em prática.
Dentro deste
contexto se faz uma análise no sentido dado ao currículo, onde engloba não só a
cultura vivida na escola como sua ação. Mas também a presença clara das
implicações políticas e culturais do poder do Estado em relação a sua proposta
de construção que está vinculada a estes conceitos no sentido de reproduzi-los.
Desta forma a autora busca um pensamento mais alternativo para repensar tais
relações que muitas vezes contribuem de forma
negativa tanto para a proposta pedagógica quanto para a ação prática.
A autora
reflete com base em alguns teóricos que são considerados referencias na
construção deste estudo que de definem suas dimensões desta forma: pré- ativo e
interativo (Jackson,1968), oficial e percebido, operacional e experiencial
(Goodlad,1979), como fato e prática(Young e Whitty, 1977), prescreito,
apresentado e moldado em ação e realizado (Gimeno Sacristán,1988) e pré-ativo e
ativo(Goodson,1995).
Dentro deste
contexto teórico a cultura é vista como objeto de ensino e a cultura produzida
pela escola é vista como repertório de sentidos partilhados onde é produzida em
espaços externos à escola, desta forma o Currículo é organizado, selecionado e
digitalizado, vendo o currículo como um conjunto de várias experiências
evidenciadas tanto na escola como fora dela e também salientando o Estado acima
da escola, onde mostra-se clara a relação do poder e da política em relação ao
currículo.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Resumo- Os objetivos Educacionais são necessários?( Prof. Ricardo Baldazzare )
Universidade
de Caxias do Sul
Centro
de Ciências Humanas
Licenciatura
em Sociologia
Disciplina
de Ensino de Sociologia
Prof.
Ricardo Baldazzare
Aluna
: Éllen Cristina Silveira de Jesus
Resumo
: Os objetivos Educacionais são necessários?
Por trás de cada ação pedagógica existe um
objetivo, partindo da reflexão do educador em relação ao compromisso que
assumiu com educando. O objetivos devem ser selecionados de acordo com a
realidade externa e os limites em sala de aula, neste momento o educador deverá
avaliar, analisar e selecionar aquilo que é prioritário e relevante, levando
sempre em consideração a realidade dos educandos em seu meio social, econômico,
político e cultural.
À partir destas observações ,
o professor poderá partir para construção do conhecimento. Um objetivo não deve
ser impreciso, pois apresenta desvantagens: “tudo que diz é tão amplo que nada
diz”( ter clareza na linguagem e conteúdos), “é impossível esperar que
objetivos vagos sirvam para orientar as decisões quanto sua relação de
relevâncias”( cabe ao professor refletir sobre a dimensão real dos
comportamentos que traduzem as expectativas dos alunos.
É fundamental que os educadores tornem
seus objetivos e sua prática, neste sentido torna-se imprescindível a “operalização”
dos mesmos, no sentido de exercitar a nossa capacidade transformadora, ou seja,
se os objetivos se referem a uma ação, tornam-se suficientes para orientar
nossas decisões.
Por fim , um objetivo deve ser expresso de
modo a garantir que ocorra a tradução do discurso verbal para a ação pedagógica
e isto se dá através da operalização.
Plano de Ensino ( Ensino de Sociologia-Prof. Ricardo Baldazzare )
NOME
DA ESCOLA: ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MEDIO HENRIQUE EMILIO MEYER
ANO:2013
TURNO:
MANHÃ
SÉRIE:
2º ANO
TURMA:
203
NÚMERO
DE ALUNOS: 30
CARGA
HORÁRIA: 8 HORAS
PROFESSOR
TITULAR: ENDRIGO CORSO LONGHI
PROFESSORA
ESTAGIÁRIA: ÉLLEN SILVEIRA
HORÁRIO
DAS AULAS: 1 PERÍODO SEMANAL
NÚMEROS
DE HORAS AULAS PREVISTAS PARA UNIDADE PROGRAMÁTICA: 3 HORAS
NÚMERO
DE HORAS PREVISTAS PARA TEMÁTICA: 8 HORAS AULA.
PLANO
DE ENSINO
TEMÁTICA:
-IDEOLOGIA/UTOPIA
-DEMOCRACIA/ESTADO
-MOVIMENTOS SOCIAIS/GRUPOS
SOCIAIS
OBJETIVOS:
-PROMOVER O CONHECIMENTO DA
TEMÁTICA;
-POSSIBILITAR O
DESENVOLVIMENTO CRÍTICO COM RELAÇÃO AOS CONCEITOS TRABALHADOS;
-RECONHECER A IMPORTANCIA
DESTES CONCEITOS PARA A VIDA SOCIAL.
OBJETIVO
GERAL:
-IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS
IDEOLOGIAS PRESENTES NA REALIDADE COTIDIANA;
-SALIENTAR PONTOS
IMPORTANTES E ALGUMAS FALÁCIAS QUE ENVOLVEM TAIS CONCEITOS;
-CONHECER OS TIPOS DE
DEMOCRACIA QUE REGEM AS SOCIEDADCES;
-TRABALHAR O CONCEITO DE
ESTADO COMO GESTOR SOCIAL;
-RELACIONAR GRUPOS SOCIAIS E
SUA AÇÃO PRÁTICA DENTRO DE MOVIMENTOS SOCIAIS.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS:
-PROBLEMATIZAR CONCEITOS
CHAVE JUNTAMENTE COM OS ALUNOS;
-CONSTRUIR O CONHECIMENTO
COM BASE NA REALIDADE;
-PROPORCIONAR DIÁLOGO E
DEBATE;
-RELACIONAR E COMPARAR CONCEITOS;
-POSSIBILITAR INTERAÇÃO DOS
CONCEITOS TRABALHADOS.
METODOLOGIA:
-AULAS EXPOSITIVAS,
DIALOGADAS;
-TRABALHOS EM GRUPO, DUPLAS
E INDIVIDUAL;
-DOCUMENTÁRIOS/ VIDEOS;
-PESQUISAS BIBLIOTECA/
INTERNET.
RECURSOS
MATERIAIS:
-SALA DE VIDEO;
-BIBLIOTECA;
-LABORATÓRIO DE INFORMATICA;
-SALA DE AULA.
SIATEMA
DE AVALIAÇÃO
-AVALIAR OS TRABALHOS EM
GRUPO, DUPLAS E INDIVIDUAL, DE ACORDO COM A COMPETÊNCIA E HABILIDADE DENTRO DO
CONTEÚDO PROPOSTO;
-EXERCICIOS DE
INTERPRETAÇÃO, POSICIONAMENTO CRÍTICO DO ALUNO FRENTE AO CONTEÚDO TRABALHADO;
-PROVA OBJETIVA-DESCRITIVA
ENVOLVENDO QUESTÕES COM OS PRINCIPAIS CONCEITOS TRABALHADOS EM SALA DE AULA.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
-SOCIOLOGIA –UMA INTRODUÇÃO
CRÍTICA- PEDRO DEMO
-DIDÁTICA- A AULA COMO
CENTRO-MASSETO
-SOCIOLOGIA PARA O ENSINO
MÉDIO-NELSON DACIO TOMAZI
Plano de Atividade (Ensino de Sociologia-Prof. Ricardo Baldazzare )
Universidade
de Caxias do Sul
Centro
de Ciências Humanas
Curso:
Licenciatura em sociologia
Aluna:
Éllen Cristina Silveira de Jesus
Professor:
Ricardo Baldazzare
Plano
de atividade proposto para:
Escola
Estadual de Ensino Médio Henrique Emilio Meyer
Turma:2ºano
Disciplina
de Sociologia
Justificativa
Em Sociologia é possível através da
pesquisa empírica e teórica, problematizar fenômenos sociais visando algumas
atribuições: investigar, identificar, descrever, classificar e
interpretar/explicar, ou seja, possui um papel analítico de todos os fatos e
fenômenos sociais. O conhecimento sociológico visa compreender uma série de
transformações e acontecimentos que ocasionam mudanças políticas, econômicas,
sociais e culturais. Estas transformações mudam a concepção de Estado, família,
trabalho, relações de poder e de classes sociais presentes no cotidiano dos
indivíduos, dentro deste contexto cabe ao professor orientar seus alunos no
sentido de compreenderem e avaliarem estes impactos, também visando um
posicionamento crítico e ativo dos mesmos para que encontrem seus papeis
perante a sociedade.
O estudo da sociologia como ciência que
estuda a sociedade deve englobar em seus conceitos os processos sociais, a
socialização, rede de relações, a interação social e também destacar o
surgimento, a manutenção e as mudanças dos sistemas sociais e suas estruturas,
analisando os contrastes tanto de exclusão social quanto a concentração do
poder e da renda, levando em conta suas desigualdades. Desta forma, torna-se
imprescindível uma reflexão em torno do conceito de cultura (Antropologia), que
permitirá ao aluno uma socialização mais ampla ao comparar a cultura de diferentes
sociedades, visando compreender e identificar as normas e padrões antagônicos
entre uma cultura e outra. O educando deve transmitir o conhecimento de modo
que o aluno perceba o caráter de construção cultural, levando em conta as
modificações e transformações no mundo global, onde os avanços tecnológicos
modificam o cenário de muitas relações, inclusive as relações de trabalho, que se
identifica como fato cultural mudando a direção do próprio termo. Possibilitando
ao aluno uma reflexão antropológica, no sentido de que identifique estas modificações
e o reflexo delas na esfera social e permita-se relativizar com o meio em que
vive onde a convivência com a diversidade não seja de estranheza e sim de
aceitação. Também faz-se necessário por parte do professor levar o aluno ao
entendimento de como construir seu papel social, a participar e exercer sua
cidadania, questionar seus deveres e reivindicar seus direitos como cidadão. É
de fundamental importância trabalhar em sala de aula as ideologias e suas
contradições, explicitando as diferenças entre o discurso e suas práticas,
orientando-os a respeito do papel da indústria cultural e o poder da mídia
massificada, que possuem influencia no sentido de serem grandes indutores de
consumo e promovedores de alienação.
A disciplina de sociologia deve enfatizar
a vida social, o cotidiano, as formas de linguagens, que são fundamentais para
fortalecer a comunicação e a interação da vida dos indivíduos em sociedade.
Também salientar para os alunos a perceberem e compreenderem o papel das
instituições sociais no controle dos mesmos e também no reforço da ordem. Este
controle nos direciona a questões referentes à política, afinal, estes
processos políticos interferem na dinâmica das estruturas sociais que consolidam
ou fragmentam o controle social, faz-se então, de fundamental importância que o
educando forme uma opinião política argumentada para levar aos alunos a
refletirem sobre suas opiniões, que através deste posicionamento possam ampliar
suas concepções e identificarem as relações de poder existentes na sociedade,
levando o aluno a uma análise política e fazendo com ele perceba, evidencie e
dimensione esta relação entre poder e política objetivando-o a assumir uma
postura ou uma prática válida. Dentro de tantos tópicos de relevância
sociológica, cabe ao professor problematizar o conceito de Estado que, dentro
desta lógica, assume um papel de racionalizador e distribuidor do poder
legítimo, desenvolvedor de sistemas econômicos desiguais. Este conceito também
enquadra teorias e estudos sobre sua origem e finalidade a fim de provocar uma
reflexão profunda sobre suas formas, estruturas, sistemas, formas de governo,
regimes políticos, democracia entre outras questões. Desta forma o aluno
perceberá os resultantes destas estruturas e conceitos que compõem a vida
cotidiana possibilitando-o a comparar o contexto geral e a relação do Estado
com a sociedade e suas instituições.
Diante de tantas possibilidades de estudo em relação ao ensino/aprendizagem da
Sociologia como disciplina obrigatória nas escolas e recentemente reconhecida
pela lei 9.394/96. Certamente é fundamental evidenciar e esclarecer como
realmente funciona a sociedade visando também um estudo que engloba todos os
enquadramentos sociais em seus diferentes aspectos. Torna-se de fundamental
importância que tais conhecimentos estejam disponibilizados a sociedade em
geral e desta maneira conscientizar principalmente os alunos da funcionalidade
da sociedade em que vivem. Podemos concluir que a importância de ensinar sociologia
vai muito além da transmissão do conhecimento de forma teórica/metodológica. A
Sociologia tem capacidade formadora de juízo crítico perante a realidade
social, seu ensino torna-se cada vez mais relevante de modo que seu estudo
avance no sentido da compreensão da sociedade em aspecto geral. Ela engloba
conceitos fundamentais para o entendimento das estruturas e conjunturas que
permeiam a vida social.
OBJETIVOS E AÇÕES
- Explicitar as diferentes ideologias e um leque de utopias presentes na sociedade;
- Enfatizar a exist~encia de grupos Sociais e também direcionar a ação prática no
sentido da participação em movimentos sociais organizados.
- Explicitar as diferentes ideologias e um leque de utopias presentes na sociedade;
- Enfatizar a exist~encia de grupos Sociais e também direcionar a ação prática no
sentido da participação em movimentos sociais organizados.
-Salientar
a importância de Sociologia para reconhecer a realidade.
-identificar conceitos como Estado e Democracia;
-identificar conceitos como Estado e Democracia;
-Possibilitar
um entendimento e reflexão do significado dos conceitos de Estado, Democracia, Ideologia, utopia, Movimentos Sociais, Grupos Sociais;
-Uma
descrição que defina características da nossa sociedade dentro dos conceitos trabalhados;
-elaboração
de trabalhos de acordo com os conteúdos trabalhados
CONCLUSÃO
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Roteiro para ficha de leitura- REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). O Manifesto Comunista 150 anos depois e texto complementar
Roteiro
para ficha de leitura- REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). O Manifesto Comunista
150 anos depois e texto complementar
1-Segundo Marx e Engels
que processo sócio- econômicos conduziram à liquidação do feudalismo? Em que
sentido a burguesia seria revolucionária?
Os
servos da Idade média originaram os cidadãos das primeiras comunas, desses
cidadãos surgirão os primórdios da burguesia, muitos processos sócio-econômicos
vieram a desencadear, fortalecendo a liquidação do Feudalismo. Segundo Marx e
Engels, a descoberta da América, a circunavegação da África ofereceu à
burguesia ascendente um novo espaço. O mercado indiano e o chinês, a
colonização das Américas, o intercâmbio com as colônias e juntamente a
intensificação dos meios de troca e das mercadorias. Ambas impulsionaram o
comércio, a navegação e a indústria num ritmo nunca visto antes. O
funcionamento feudal e o funcionamento corporativo da indústria já não eram
compatíveis o suficiente para cumprir com as demandas, tendo como conseqüência
a abertura de novos mercados, quando a manufatura substituiu-o. Nesse processo,
a classe Média, os mestres corporativos foram obrigados a levantar acampamento
e dar lugar à classe Média industrial. A divisão em diversas corporações acabou
com o benefício de divisão em cada oficina. Juntamente com os mercados cresciam
as demandas, revelando a manufatura insuficiente, tendo como conseqüência a
revolução da produção industrial através do vapor e do maquinismo. No andar
desse processo a manufatura foi substituída pela grande indústria moderna,
classe média industrial, milionários da indústria, sendo eles os chefes de
exércitos industriais, eles, os burgueses modernos. A grande indústria criou o
mercado Mundial, esse mercado expandiu o comércio, a navegação e as comunicações.
Na
medida em que se desenvolviam os processos sócio-econômicos, acompanhados de
uma série de transformações e abrangendo um progresso político, onde finalmente
a burguesia conquista a dominação política exclusiva.
A
burguesia representou um papel revolucionário terminante na história, acabando
com os laços feudais e construindo um laço de interesse chamado dinheiro,
diminuindo a dignidade em simples valor de troca e elevando a liberdade de
comércio como sendo única e implacável. A Burguesia revolucionou os
instrumentos de produção, as relações de produção e também o conjunto das
relações sociais, onde as antigas necessidades dão lugar a novas. O intercâmbio
generalizado gerou uma interdependência entre as nações. Revolucionário no
sentido de desenvolver rapidamente os instrumentos de produção através de
comunicações facilitadas incentivando assim, todas as nações a aderirem o modo
de produção burguesa.
Controlando
assim, cada vez mais o debandar dos meios de produção, da propriedade e da
população. A burguesia revolucionou,
pois percebeu que não poderia ficar refém da natureza, iniciando um processo de
industrialização, com a propriedade privada e o desejo de cada vez mais lucro e aumento de capital constante, reduzindo assim os
trabalhadores. Por isso revolucionária no sentido de lucro e força produtiva.
2-Que contradições
inerentes ao processo capitalista permitem afirmar que “as relações burguesas
de propriedade, a sociedade burguesa moderna... mais parece o feiticeiro que
não consegue controlar os poderes subterrâneos que ele mesmo invocou”
As
crises comerciais estão ameaçando cada vez mais a sociedade burguesa,
declarando um estado epidêmico social que se iguala em contradição às etapas
anteriores. A sociedade retorna a uma condição de vida contrária, isso tudo
porque se encontra num período de excessos na civilização, nos meios de
subsistência, na indústria e no comércio. As forças produtivas já não são mais
úteis para as relações de propriedade burguesa, pois se tornaram muito
poderosas e ameaçadoras para tais relações. Na medida em que a classe burguesa
se desenvolveu, juntamente estava o proletariado, que aos poucos foram ganhando
espaço dentro da sociedade burguesa e as armas criadas por ela, agora se voltam
contra ela. A burguesia não criou apenas armas, mas também homens que as
utilizarão, os operários. Esses se encontram como mercadorias, objetos de
comércio, onde apenas vivem enquanto o trabalho aumenta o capital. Quando os
trabalhadores perderam sua utilidade, eles deram espaço pra maquinaria e a
divisão de trabalho e também se perdeu os atrativos para os mesmos, tornando-se
um mero acessório da máquina. A partir desse contexto, aumenta a quantidade de
trabalho e o tempo do mesmo com salários cada vez mais flutuantes. Esses
operários começam a organizar-se em massas, pois possuem interesses semelhantes,
dessa união resulta a luta de classes e a cada conflito se fortalece e ao mesmo
tempo em que descentraliza, também provoca uma divisão e por conseqüência o
inicio do processo de dissolução da classe dominante.
3-Qual o entendimento de
Marx e Engels sobre o papel do Estado Burguês? Porque a revolução proletária
deveria abolir o Estado?
O
estado burguês resultou da relação entre classes sociais, onde se faz
necessário a existência de classes dominantes. O vigente estado burguês protege
as relações capitalistas de produção, de forma a assegurar o domínio do capital
sobre o trabalho, a reprodução ampliada do capital, a acumulação privada do
produto social e exploração da renda, redistribuição do fundo público em
beneficio do capital. Marx e Engels entendiam o Estado Burguês como uma
instituição a serviço da classe dominante, visando validar a exploração da
“mais valia”, mantendo a lei de
propriedade privada. Ostentando diversos tipos de interesses sejam eles políticos,
econômicos e sociais. Sua finalidade é manter, validar e proteger os interesses
da classe burguesa, seus objectivos se limitam apenas na obtenção do lucro, da
propriedade e a exploração do trabalho assalariado. Também se impõem pelo uso
da violência, do convencimento que se distribui através da ideologia.
Essa
abolição resultaria através das crises existentes na sociedade capitalista,
pois dentro dessa sociedade observa-se uma constante concentração da
propriedade e das rendas nas mãos de poucos.
A revolução proletária deve abolir o estado no sentido de livrar-se da
alienação do trabalho, das desigualdades sociais, da luta de classes existente
em toda história, abolir no sentido de transformar e planejar um melhor
entendimento onde todos tenham liberdade para atingir seus ideais dentro do
contexto geral.
4-Papel do Estado na
face pós revolucionária (transição). Faria sentido à existência do Estado em
uma sociedade comunista?
Essa etapa de transição seria formada pela
“ditadura do proletariado” onde os trabalhadores ganhariam espaço político
social e econômico, pois seria através desse aparelho estatal que enfrentariam
as ameaças burguesas. O Estado continuaria existindo, mas agora como arma de
defesa da revolução proletária, que através de conflitos entre as lutas de
classe veio ganhando força o suficiente para aboli-lo. Mas não de imediato,
primeiro, buscando condições necessárias para tal e também através da
intermediação do socialismo dentro desse contexto, pois é através dele que se
conviveriam formas de sociedade anterior e formas de sociedade futura com
objetivo de atingir posteriormente o comunismo. O Comunismo objectiva a criação de uma sociedade sem
classes sociais e sem propriedade privada , onde os meios produtivos seriam de
propriedade comum a todos, dentro desse contexto o estado não teria necessidade
de existência, mas isso apenas no comunismo real e absoluto.
5-Que entendem Marx e
Engels por Comunismo?
Para
esses autores o comunismo refere-se a uma sociedade sem classes, sem estado e
livre de opressão, onde as decisões referentes ao que produzir e quais políticas
seguir seriam resultantes de um processo democrático, permitindo a participação
de todos. Marx e Engels viam o comunismo como modo de produção através do qual
a sociedade se libertaria da alienação e do trabalho. O que diferencia o
comunismo não é a eliminação da
propriedade em geral, mas a extinção da propriedade burguesa, ou seja,
privada. Seus interesses são os mesmos interesses do conjunto do proletariado,
sendo a esfera mais decidida e mobilizada dos partidos operários de todos os
partidos. Definindo o comunismo como forma de libertação do proletariado, onde
todos teriam controle e consciência sobre todo processo social de produção. O
comunismo seria a forma de derrubada do capitalismo através do socialismo não apenas para constituir um estado para si
,mas para acabar com as classes sociais e o Estado como instrumento político de
existência de classes. Resume-se sua teoria em quatro palavras: extinção de propriedade
privada.
6-Que pontos do programa
do Manifesto são atuais ou passíveis de atualização, segundo João Antônio de
Paula?
No
total, segundo João Antônio de Paula, são dez pontos que precisam ser observados,
levando em conta a leitura reconsidera-se apenas:
1. ”Expropriação da propriedade latifundiária
e utilização da renda da terra para cobrir as despesas do estado”, apesar de já
ter sido superada por alguns países, aqui no Brasil ainda se encontra com
resistência, precisando de resolução, transformação e mudança, pois é um
resultado de desigualdades dentro desses aspectos.
4.”Confisco da propriedade de todos os
emigrados e sediciosos”, outros países já alcançaram grande resultado, o Brasil
tornou-se uma nova versão de “emigrado e sedicioso”,possuindo recursos no exterior, portanto, a exigência é
para que “sejam criados mecanismos efetivos de
controle e tributação dessa nova versão”.Precisa reavaliar nesse
contexto.
5.”Centralização do crédito nas mãos do
Estado, através de um banco nacional com capital estatal e monopólio
exclusivo”, os financiamentos internacionais que comandam e controlam o capital
estabelecem medidas e impondo regras nas demais economias, devendo acontecer um
maior controle de capital, estabelecendo limites e à especulação e acima de
tudo ampliar os de financiamentos para as demais esferas. Giovanni Arrighi nos
aponta duas possibilidades: 1 Vive-se um momento de crise sistêmica; 2, A hegemonia do capital,
também fragiliza o processo de recuperação econômico. Deve buscar uma alternativa e descomplexar as
relações econômicas internacionais.
8.”Trabalho obrigatório para todos, constituição
de brigadas industriais, especialmente para a agricultura”, estamos atualmente
num processo de desemprego crescente e exclusão social precisando de inserção
juntamente com capacitação do trabalhador frente às novas tecnologias.
Bibliografia
Edição recomendável:
REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). O Manifesto do Partido Comunista 150 anos depois.
Rio de Janeiro, CONTRAPONTO, 1998. (Textos: Marx e Engels. O Manifesto do
Partido Comunista; Texto complementar: de Paula, João Antônio. A atualidade do
programa Manifesto, na mesma edição recomendada.
Por que Ensinar Sociologia?
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