sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Explicação do Artigo: Currículo, política, cultura e poder.


O currículo representa uma composição de conhecimento e valor que caracteriza um processo social.


Ele é proposto pelo trabalho pedagógico nas escolas e fundamenta uma construção social pelo fato de estar vinculado a determinado momento histórico de uma determinada sociedade e suas relações com o conhecimento.


Neste sentido, a Educação e o Currículo: estão inteiramente envolvidos com o processo cultural.


Ao pensar o homem como ser histórico, o currículo atende em épocas diferentes e também interesses diferentes em determinado espaço e tempo histórico.


O currículo é parcial, social, e culturalmente definido, refletindo uma- concepção de mundo, de sociedade e educação.


Desta forma, então , o currículo está associado a um conjunto de atividades intencionalmente desenvolvidas para o processo formativo, funcionando como um instrumento político através da ideologia, da estrutura social, cultura e poder.


domingo, 3 de novembro de 2013

Artigo sobre Currículo: Política , Cultura e Poder.


Ellen Silveira

Licenciatura em Sociologia

http//:ellenensinodesociologia@blogspot.com

 

 

AS INTERFERÊNCIAS DA POLÍTICA, CULTURA E PODER NA CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO.

 

Resumo: Este artigo visa esclarecer um quadro de interferência na construção do Currículo, manifestado através da política, da cultura e do poder e busca uma relação das consequências que tais formas resultam nesta intervenção.

Palavras chave: Currículo, política, cultura , poder.

A partir dos anos 80 ampliaram-se as discussões teóricas em torno da categoria do currículo no Brasil. Hoje no país, existem 147equipes que problematizam  este estudo, também constatou-se nesta pesquisa 27 programas de pós-graduação e 453 teses e dissertações de pesquisas sobre currículo entre 1996 e 2002. A autora Elizabeth Macedo interessa-se especificamente pela distinção entre currículo formal e currículo em ação, ou seja, uma distinção entre proposta e prática, buscando a compreensão da proposta e amaneira de coloca-la em prática.

Dentro deste contexto se faz uma análise no sentido dado ao currículo, onde engloba não só a cultura vivida na escola como sua ação. Mas também a presença clara das implicações políticas e culturais do poder do Estado em relação a sua proposta de construção que está vinculada a estes conceitos no sentido de reproduzi-los. Desta forma a autora busca um pensamento mais alternativo para repensar tais relações que muitas vezes contribuem de forma  negativa tanto para a proposta pedagógica quanto para a ação prática.

A autora reflete com base em alguns teóricos que são considerados referencias na construção deste estudo que de definem suas dimensões desta forma: pré- ativo e interativo (Jackson,1968), oficial e percebido, operacional e experiencial (Goodlad,1979), como fato e prática(Young e Whitty, 1977), prescreito, apresentado e moldado em ação e realizado (Gimeno Sacristán,1988) e pré-ativo e ativo(Goodson,1995).

Dentro deste contexto teórico a cultura é vista como objeto de ensino e a cultura produzida pela escola é vista como repertório de sentidos partilhados onde é produzida  em espaços externos à escola, desta forma o Currículo é organizado, selecionado e digitalizado, vendo o currículo como um conjunto de várias experiências evidenciadas tanto na escola como fora dela e também salientando o Estado acima da escola, onde mostra-se clara a relação do poder e da política em relação ao currículo.

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Resumo- Os objetivos Educacionais são necessários?( Prof. Ricardo Baldazzare )



Universidade de Caxias do Sul

Centro de Ciências Humanas

Licenciatura em Sociologia

Disciplina de Ensino de Sociologia

Prof. Ricardo Baldazzare

Aluna : Éllen Cristina Silveira de Jesus

 

Resumo : Os objetivos Educacionais são necessários?

 

     Por trás de cada ação pedagógica existe um objetivo, partindo da reflexão do educador em relação ao compromisso que assumiu com educando. O objetivos devem ser selecionados de acordo com a realidade externa e os limites em sala de aula, neste momento o educador deverá avaliar, analisar e selecionar aquilo que é prioritário e relevante, levando sempre em consideração a realidade dos educandos em seu meio social, econômico, político e cultural.

     À partir destas observações , o professor poderá partir para construção do conhecimento. Um objetivo não deve ser impreciso, pois apresenta desvantagens: “tudo que diz é tão amplo que nada diz”( ter clareza na linguagem e conteúdos), “é impossível esperar que objetivos vagos sirvam para orientar as decisões quanto sua relação de relevâncias”( cabe ao professor refletir sobre a dimensão real dos comportamentos que traduzem as expectativas dos alunos.

     É fundamental que os educadores tornem seus objetivos e sua prática, neste sentido torna-se imprescindível a “operalização” dos mesmos, no sentido de exercitar a nossa capacidade transformadora, ou seja, se os objetivos se referem a uma ação, tornam-se suficientes para orientar nossas decisões.

     Por fim , um objetivo deve ser expresso de modo a garantir que ocorra a tradução do discurso verbal para a ação pedagógica e isto se dá através da operalização.

 

Plano de Ensino ( Ensino de Sociologia-Prof. Ricardo Baldazzare )


NOME DA ESCOLA: ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MEDIO HENRIQUE EMILIO MEYER

ANO:2013

TURNO: MANHÃ

SÉRIE: 2º ANO

TURMA: 203

NÚMERO DE ALUNOS: 30

CARGA HORÁRIA: 8 HORAS

PROFESSOR TITULAR: ENDRIGO CORSO LONGHI

PROFESSORA ESTAGIÁRIA: ÉLLEN SILVEIRA

HORÁRIO DAS AULAS: 1 PERÍODO SEMANAL

NÚMEROS DE HORAS AULAS PREVISTAS PARA UNIDADE PROGRAMÁTICA: 3 HORAS

NÚMERO DE HORAS PREVISTAS PARA TEMÁTICA: 8 HORAS AULA.

PLANO DE ENSINO

TEMÁTICA:

-IDEOLOGIA/UTOPIA

-DEMOCRACIA/ESTADO

-MOVIMENTOS SOCIAIS/GRUPOS SOCIAIS

OBJETIVOS:

-PROMOVER O CONHECIMENTO DA TEMÁTICA;

-POSSIBILITAR O DESENVOLVIMENTO CRÍTICO COM RELAÇÃO AOS CONCEITOS TRABALHADOS;

-RECONHECER A IMPORTANCIA DESTES CONCEITOS PARA A VIDA SOCIAL.

OBJETIVO GERAL:

-IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS IDEOLOGIAS PRESENTES NA REALIDADE COTIDIANA;

-SALIENTAR PONTOS IMPORTANTES E ALGUMAS FALÁCIAS QUE ENVOLVEM TAIS CONCEITOS;

-CONHECER OS TIPOS DE DEMOCRACIA QUE REGEM AS SOCIEDADCES;

-TRABALHAR O CONCEITO DE ESTADO COMO GESTOR SOCIAL;

-RELACIONAR GRUPOS SOCIAIS E SUA AÇÃO PRÁTICA DENTRO DE MOVIMENTOS SOCIAIS.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

-PROBLEMATIZAR CONCEITOS CHAVE JUNTAMENTE COM OS ALUNOS;

-CONSTRUIR O CONHECIMENTO COM BASE NA REALIDADE;

-PROPORCIONAR DIÁLOGO E DEBATE;

-RELACIONAR  E COMPARAR CONCEITOS;

-POSSIBILITAR INTERAÇÃO DOS CONCEITOS TRABALHADOS.

METODOLOGIA:

-AULAS EXPOSITIVAS, DIALOGADAS;

-TRABALHOS EM GRUPO, DUPLAS E INDIVIDUAL;

-DOCUMENTÁRIOS/ VIDEOS;

-PESQUISAS BIBLIOTECA/ INTERNET.

RECURSOS MATERIAIS:

-SALA DE VIDEO;

-BIBLIOTECA;

-LABORATÓRIO DE INFORMATICA;

-SALA DE AULA.

SIATEMA DE AVALIAÇÃO

-AVALIAR OS TRABALHOS EM GRUPO, DUPLAS E INDIVIDUAL, DE ACORDO COM A COMPETÊNCIA E HABILIDADE DENTRO DO CONTEÚDO PROPOSTO;

-EXERCICIOS DE INTERPRETAÇÃO, POSICIONAMENTO CRÍTICO DO ALUNO FRENTE AO CONTEÚDO TRABALHADO;

-PROVA OBJETIVA-DESCRITIVA ENVOLVENDO QUESTÕES COM OS PRINCIPAIS CONCEITOS TRABALHADOS EM SALA DE AULA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-SOCIOLOGIA –UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA- PEDRO DEMO

-DIDÁTICA- A AULA COMO CENTRO-MASSETO

-SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO-NELSON DACIO TOMAZI

 

Plano de Atividade (Ensino de Sociologia-Prof. Ricardo Baldazzare )


Universidade de Caxias do Sul

Centro de Ciências Humanas

Curso: Licenciatura em sociologia

Aluna: Éllen Cristina Silveira de Jesus

 
Professor: Ricardo Baldazzare

Plano de atividade proposto para:

Escola Estadual de Ensino Médio Henrique Emilio Meyer

Turma:2ºano

Disciplina de Sociologia

 
PLANO DE ATIVIDADE

 

Justificativa

     

     Em Sociologia  é possível através da pesquisa empírica e teórica, problematizar fenômenos sociais visando algumas atribuições: investigar, identificar, descrever, classificar e interpretar/explicar, ou seja, possui um papel analítico de todos os fatos e fenômenos sociais. O conhecimento sociológico visa compreender uma série de transformações e acontecimentos que ocasionam mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais. Estas transformações mudam a concepção de Estado, família, trabalho, relações de poder e de classes sociais presentes no cotidiano dos indivíduos, dentro deste contexto cabe ao professor orientar seus alunos no sentido de compreenderem e avaliarem estes impactos, também visando um posicionamento crítico e ativo dos mesmos para que encontrem seus papeis perante a sociedade.

      O estudo da sociologia como ciência que estuda a sociedade deve englobar em seus conceitos os processos sociais, a socialização, rede de relações, a interação social e também destacar o surgimento, a manutenção e as mudanças dos sistemas sociais e suas estruturas, analisando os contrastes tanto de exclusão social quanto a concentração do poder e da renda, levando em conta suas desigualdades. Desta forma, torna-se imprescindível uma reflexão em torno do conceito de cultura (Antropologia), que permitirá ao aluno uma socialização mais ampla ao comparar a cultura de diferentes sociedades, visando compreender e identificar as normas e padrões antagônicos entre uma cultura e outra. O educando deve transmitir o conhecimento de modo que o aluno perceba o caráter de construção cultural, levando em conta as modificações e transformações no mundo global, onde os avanços tecnológicos modificam o cenário de muitas relações, inclusive as relações de trabalho, que se identifica como fato cultural mudando a direção do próprio termo. Possibilitando ao aluno uma reflexão antropológica, no sentido de que identifique estas modificações e o reflexo delas na esfera social e permita-se relativizar com o meio em que vive onde a convivência com a diversidade não seja de estranheza e sim de aceitação. Também faz-se necessário por parte do professor levar o aluno ao entendimento de como construir seu papel social, a participar e exercer sua cidadania, questionar seus deveres e reivindicar seus direitos como cidadão. É de fundamental importância trabalhar em sala de aula as ideologias e suas contradições, explicitando as diferenças entre o discurso e suas práticas, orientando-os a respeito do papel da indústria cultural e o poder da mídia massificada, que possuem influencia no sentido de serem grandes indutores de consumo e promovedores de alienação.

     A disciplina de sociologia deve enfatizar a vida social, o cotidiano, as formas de linguagens, que são fundamentais para fortalecer a comunicação e a interação da vida dos indivíduos em sociedade. Também salientar para os alunos a perceberem e compreenderem o papel das instituições sociais no controle dos mesmos e também no reforço da ordem. Este controle nos direciona a questões referentes à política, afinal, estes processos políticos interferem na dinâmica das estruturas sociais que consolidam ou fragmentam o controle social, faz-se então, de fundamental importância que o educando forme uma opinião política argumentada para levar aos alunos a refletirem sobre suas opiniões, que através deste posicionamento possam ampliar suas concepções e identificarem as relações de poder existentes na sociedade, levando o aluno a uma análise política e fazendo com ele perceba, evidencie e dimensione esta relação entre poder e política objetivando-o a assumir uma postura ou uma prática válida. Dentro de tantos tópicos de relevância sociológica, cabe ao professor problematizar o conceito de Estado que, dentro desta lógica, assume um papel de racionalizador e distribuidor do poder legítimo, desenvolvedor de sistemas econômicos desiguais. Este conceito também enquadra teorias e estudos sobre sua origem e finalidade a fim de provocar uma reflexão profunda sobre suas formas, estruturas, sistemas, formas de governo, regimes políticos, democracia entre outras questões. Desta forma o aluno perceberá os resultantes destas estruturas e conceitos que compõem a vida cotidiana possibilitando-o a comparar o contexto geral e a relação do Estado com a sociedade e suas instituições.

     Diante de tantas possibilidades  de estudo em relação ao ensino/aprendizagem da Sociologia como disciplina obrigatória nas escolas e recentemente reconhecida pela lei 9.394/96. Certamente é fundamental evidenciar e esclarecer como realmente funciona a sociedade visando também um estudo que engloba todos os enquadramentos sociais em seus diferentes aspectos. Torna-se de fundamental importância que tais conhecimentos estejam disponibilizados a sociedade em geral e desta maneira conscientizar principalmente os alunos da funcionalidade da sociedade em que vivem. Podemos concluir que a importância de ensinar sociologia vai muito além da transmissão do conhecimento de forma teórica/metodológica. A Sociologia tem capacidade formadora de juízo crítico perante a realidade social, seu ensino torna-se cada vez mais relevante de modo que seu estudo avance no sentido da compreensão da sociedade em aspecto geral. Ela engloba conceitos fundamentais para o entendimento das estruturas e conjunturas que permeiam a vida social.

 

OBJETIVOS E AÇÕES

- Explicitar as diferentes ideologias e um leque de utopias presentes na sociedade;

- Enfatizar a exist~encia de grupos Sociais e também direcionar a ação prática no
sentido da participação em movimentos sociais organizados.

-Salientar a importância de Sociologia para reconhecer a realidade.

-identificar conceitos como Estado e Democracia;

-Possibilitar um entendimento e reflexão do significado dos conceitos de Estado, Democracia, Ideologia, utopia, Movimentos Sociais, Grupos Sociais;

-Uma descrição que defina características da nossa sociedade dentro dos conceitos trabalhados;

-elaboração de trabalhos de acordo com os conteúdos trabalhados

 

CONCLUSÃO

    
   A sociologia tem “poder” de desmascarar articulações e estratégias que os donos do poder legítimo fazem questão de encobrir, procura explicitar as relações sociais por meio das ações dos indivíduos que compõem a sociedade. Vivemos em uma sociedade em que a política e a economia dão as cartas e os demais jogam o jogo posto, a Sociologia tem como finalidade esclarecer as regras e conscientizar os indivíduos dos seus devidos papeis como integrantes deste todo. É por isso que devemos ensinar Sociologia, para ampliar nossos conceitos e também dos alunos para saberem reconhecer e esclarecer estas brechas sistêmicas dentro de um mundo atual e global complexo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Roteiro para ficha de leitura- REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). O Manifesto Comunista 150 anos depois e texto complementar


Roteiro para ficha de leitura- REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). O Manifesto Comunista 150 anos depois e texto complementar

 

 

 

1-Segundo Marx e Engels que processo sócio- econômicos conduziram à liquidação do feudalismo? Em que sentido a burguesia seria revolucionária?

Os servos da Idade média originaram os cidadãos das primeiras comunas, desses cidadãos surgirão os primórdios da burguesia, muitos processos sócio-econômicos vieram a desencadear, fortalecendo a liquidação do Feudalismo. Segundo Marx e Engels, a descoberta da América, a circunavegação da África ofereceu à burguesia ascendente um novo espaço. O mercado indiano e o chinês, a colonização das Américas, o intercâmbio com as colônias e juntamente a intensificação dos meios de troca e das mercadorias. Ambas impulsionaram o comércio, a navegação e a indústria num ritmo nunca visto antes. O funcionamento feudal e o funcionamento corporativo da indústria já não eram compatíveis o suficiente para cumprir com as demandas, tendo como conseqüência a abertura de novos mercados, quando a manufatura substituiu-o. Nesse processo, a classe Média, os mestres corporativos foram obrigados a levantar acampamento e dar lugar à classe Média industrial. A divisão em diversas corporações acabou com o benefício de divisão em cada oficina. Juntamente com os mercados cresciam as demandas, revelando a manufatura insuficiente, tendo como conseqüência a revolução da produção industrial através do vapor e do maquinismo. No andar desse processo a manufatura foi substituída pela grande indústria moderna, classe média industrial, milionários da indústria, sendo eles os chefes de exércitos industriais, eles, os burgueses modernos. A grande indústria criou o mercado Mundial, esse mercado expandiu o comércio, a navegação e as comunicações.

Na medida em que se desenvolviam os processos sócio-econômicos, acompanhados de uma série de transformações e abrangendo um progresso político, onde finalmente a burguesia conquista a dominação política exclusiva.

A burguesia representou um papel revolucionário terminante na história, acabando com os laços feudais e construindo um laço de interesse chamado dinheiro, diminuindo a dignidade em simples valor de troca e elevando a liberdade de comércio como sendo única e implacável. A Burguesia revolucionou os instrumentos de produção, as relações de produção e também o conjunto das relações sociais, onde as antigas necessidades dão lugar a novas. O intercâmbio generalizado gerou uma interdependência entre as nações. Revolucionário no sentido de desenvolver rapidamente os instrumentos de produção através de comunicações facilitadas incentivando assim, todas as nações a aderirem o modo de produção burguesa.

Controlando assim, cada vez mais o debandar dos meios de produção, da propriedade e da população. A burguesia  revolucionou, pois percebeu que não poderia ficar refém da natureza, iniciando um processo de industrialização, com a propriedade privada e o desejo de cada vez mais  lucro e aumento de  capital constante, reduzindo assim os trabalhadores. Por isso revolucionária no sentido de lucro e força produtiva.

 

 

2-Que contradições inerentes ao processo capitalista permitem afirmar que “as relações burguesas de propriedade, a sociedade burguesa moderna... mais parece o feiticeiro que não consegue controlar os poderes subterrâneos que ele mesmo invocou”

As crises comerciais estão ameaçando cada vez mais a sociedade burguesa, declarando um estado epidêmico social que se iguala em contradição às etapas anteriores. A sociedade retorna a uma condição de vida contrária, isso tudo porque se encontra num período de excessos na civilização, nos meios de subsistência, na indústria e no comércio. As forças produtivas já não são mais úteis para as relações de propriedade burguesa, pois se tornaram muito poderosas e ameaçadoras para tais relações. Na medida em que a classe burguesa se desenvolveu, juntamente estava o proletariado, que aos poucos foram ganhando espaço dentro da sociedade burguesa e as armas criadas por ela, agora se voltam contra ela. A burguesia não criou apenas armas, mas também homens que as utilizarão, os operários. Esses se encontram como mercadorias, objetos de comércio, onde apenas vivem enquanto o trabalho aumenta o capital. Quando os trabalhadores perderam sua utilidade, eles deram espaço pra maquinaria e a divisão de trabalho e também se perdeu os atrativos para os mesmos, tornando-se um mero acessório da máquina. A partir desse contexto, aumenta a quantidade de trabalho e o tempo do mesmo com salários cada vez mais flutuantes. Esses operários começam a organizar-se em massas, pois possuem interesses semelhantes, dessa união resulta a luta de classes e a cada conflito se fortalece e ao mesmo tempo em que descentraliza, também provoca uma divisão e por conseqüência o inicio do processo de dissolução da classe dominante.

 

3-Qual o entendimento de Marx e Engels sobre o papel do Estado Burguês? Porque a revolução proletária deveria abolir o Estado?

O estado burguês resultou da relação entre classes sociais, onde se faz necessário a existência de classes dominantes. O vigente estado burguês protege as relações capitalistas de produção, de forma a assegurar o domínio do capital sobre o trabalho, a reprodução ampliada do capital, a acumulação privada do produto social e exploração da renda, redistribuição do fundo público em beneficio do capital. Marx e Engels entendiam o Estado Burguês como uma instituição a serviço da classe dominante, visando validar a exploração da “mais valia”, mantendo a lei de propriedade privada. Ostentando diversos tipos de interesses sejam eles políticos, econômicos e sociais. Sua finalidade é manter, validar e proteger os interesses da classe burguesa, seus objectivos se limitam apenas na obtenção do lucro, da propriedade e a exploração do trabalho assalariado. Também se impõem pelo uso da violência, do convencimento que se distribui através da ideologia.

Essa abolição resultaria através das crises existentes na sociedade capitalista, pois dentro dessa sociedade observa-se uma constante concentração da propriedade e das rendas nas mãos de poucos.  A revolução proletária deve abolir o estado no sentido de livrar-se da alienação do trabalho, das desigualdades sociais, da luta de classes existente em toda história, abolir no sentido de transformar e planejar um melhor entendimento onde todos tenham liberdade para atingir seus ideais dentro do contexto geral.

 

 

 

 

 

4-Papel do Estado na face pós revolucionária (transição). Faria sentido à existência do Estado em uma sociedade comunista?

 Essa etapa de transição seria formada pela “ditadura do proletariado” onde os trabalhadores ganhariam espaço político social e econômico, pois seria através desse aparelho estatal que enfrentariam as ameaças burguesas. O Estado continuaria existindo, mas agora como arma de defesa da revolução proletária, que através de conflitos entre as lutas de classe veio ganhando força o suficiente para aboli-lo. Mas não de imediato, primeiro, buscando condições necessárias para tal e também através da intermediação do socialismo dentro desse contexto, pois é através dele que se conviveriam formas de sociedade anterior e formas de sociedade futura com objetivo de atingir posteriormente o comunismo. O Comunismo  objectiva a criação de uma sociedade sem classes sociais e sem propriedade privada , onde os meios produtivos seriam de propriedade comum a todos, dentro desse contexto o estado não teria necessidade de existência, mas isso apenas no comunismo real e absoluto.

 

5-Que entendem Marx e Engels por Comunismo?

Para esses autores o comunismo refere-se a uma sociedade sem classes, sem estado e livre de opressão, onde as decisões referentes ao que produzir e quais políticas seguir seriam resultantes de um processo democrático, permitindo a participação de todos. Marx e Engels viam o comunismo como modo de produção através do qual a sociedade se libertaria da alienação e do trabalho. O que diferencia o comunismo não é a eliminação da  propriedade em geral, mas a extinção da propriedade burguesa, ou seja, privada. Seus interesses são os mesmos interesses do conjunto do proletariado, sendo a esfera mais decidida e mobilizada dos partidos operários de todos os partidos. Definindo o comunismo como forma de libertação do proletariado, onde todos teriam controle e consciência sobre todo processo social de produção. O comunismo seria a forma de derrubada do capitalismo através do socialismo  não apenas para constituir um estado para si ,mas para acabar com as classes sociais e o Estado como instrumento político de existência de classes. Resume-se sua teoria em quatro palavras: extinção de propriedade privada.

 

6-Que pontos do programa do Manifesto são atuais ou passíveis de atualização, segundo João Antônio de Paula?

 

No total, segundo João Antônio de Paula, são dez pontos que precisam ser observados, levando em conta a leitura reconsidera-se apenas:

1. ”Expropriação da propriedade latifundiária e utilização da renda da terra para cobrir as despesas do estado”, apesar de já ter sido superada por alguns países, aqui no Brasil ainda se encontra com resistência, precisando de resolução, transformação e mudança, pois é um resultado de desigualdades dentro desses aspectos.

4.”Confisco da propriedade de todos os emigrados e sediciosos”, outros países já alcançaram grande resultado, o Brasil tornou-se uma nova versão de “emigrado e sedicioso”,possuindo  recursos no exterior, portanto, a exigência é para que “sejam criados mecanismos efetivos de  controle e tributação dessa nova versão”.Precisa reavaliar nesse contexto.

5.”Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital estatal e monopólio exclusivo”, os financiamentos internacionais que comandam e controlam o capital estabelecem medidas e impondo regras nas demais economias, devendo acontecer um maior controle de capital, estabelecendo limites e à especulação e acima de tudo ampliar os de financiamentos para as demais esferas. Giovanni Arrighi nos aponta duas possibilidades: 1 Vive-se um momento de crise sistêmica; 2, A hegemonia do capital, também fragiliza o processo de recuperação econômico. Deve  buscar uma alternativa e descomplexar as relações econômicas internacionais.

8.”Trabalho obrigatório para todos, constituição de brigadas industriais, especialmente para a agricultura”, estamos atualmente num processo de desemprego crescente e exclusão social precisando de inserção juntamente com capacitação do trabalhador frente às novas tecnologias.

 

 

 

 

Bibliografia

Edição recomendável: REIS FILHO, Daniel Aarão (org.). O Manifesto do Partido Comunista 150 anos depois. Rio de Janeiro, CONTRAPONTO, 1998. (Textos: Marx e Engels. O Manifesto do Partido Comunista; Texto complementar: de Paula, João Antônio. A atualidade do programa Manifesto, na mesma edição recomendada.

 

 

 

Por que Ensinar Sociologia?


O estudo da sociologia como ciência que estuda a sociedade deve englobar em seus conceitos os processos sociais, a socialização, rede de relações, a interação social e também destacar o surgimento, a manutenção e as mudanças dos sistemas sociais e suas estruturas, analisando os contrastes tanto de exclusão social quanto a concentração do poder e da renda, levando em conta suas desigualdades. Desta forma, torna-se imprescindível uma reflexão em torno do conceito de cultura (Antropologia), que permitirá ao aluno uma socialização mais ampla ao comparar a cultura de diferentes sociedades, visando compreender e identificar as normas e padrões antagônicos entre uma cultura e outra. O educando deve transmitir o conhecimento de modo que o aluno perceba o caráter de construção cultural, levando em conta as modificações e transformações no mundo global, onde os avanços tecnológicos modificam o cenário de muitas relações, inclusive as relações de trabalho, que se identifica como fato cultural mudando a direção do próprio termo. Possibilitando ao aluno uma reflexão antropológica, no sentido de que identifique estas modificações e o reflexo delas na esfera social e permita-se relativizar com o meio em que vive onde a convivência com a diversidade não seja de estranheza e sim de aceitação. Também faz-se necessário por parte do professor levar o aluno ao entendimento de como construir seu papel social, a participar e exercer sua cidadania, questionar seus deveres e reivindicar seus direitos como cidadão. É de fundamental importância trabalhar em sala de aula as ideologias e suas contradições, explicitando as diferenças entre o discurso e suas práticas, orientando-os a respeito do papel da indústria cultural e o poder da mídia massificada, que possuem influencia no sentido de serem grandes indutores de consumo e promovedores de alienação. A disciplina de sociologia deve enfatizar a vida social, o cotidiano, as formas de linguagens, que são fundamentais para fortalecer a comunicação e a interação da vida dos indivíduos em sociedade. Também salientar para os alunos a perceberem e compreenderem o papel das instituições sociais no controle dos mesmos e também no reforço da ordem. Este controle nos direciona a questões referentes à política, afinal, estes processos políticos interferem na dinâmica das estruturas sociais que consolidam ou fragmentam o controle social, faz-se então, de fundamental importância que o educando forme uma opinião política argumentada para levar aos alunos a refletirem sobre suas opiniões, que através deste posicionamento possam ampliar suas concepções e identificarem as relações de poder existentes na sociedade, levando o aluno a uma análise política e fazendo com ele perceba, evidencie e dimensione esta relação entre poder e política objetivando-o a assumir uma postura ou uma prática válida. Dentro de tantos tópicos de relevância sociológica, cabe ao professor problematizar o conceito de Estado que, dentro desta lógica, assume um papel de racionalizador e distribuidor do poder legítimo, desenvolvedor de sistemas econômicos desiguais. Este conceito também enquadra teorias e estudos sobre sua origem e finalidade a fim de provocar uma reflexão profunda sobre suas formas, estruturas, sistemas, formas de governo, regimes políticos, democracia entre outras questões. Desta forma o aluno perceberá os resultantes destas estruturas e conceitos que compõem a vida cotidiana possibilitando-o a comparar o contexto geral e a relação do Estado com a sociedade e suas instituições. Diante de tantas possibilidades de estudo em relação ao ensino/aprendizagem da Sociologia como disciplina obrigatória nas escolas e recentemente reconhecida pela lei 9.394/96. Certamente é fundamental evidenciar e esclarecer como realmente funciona a sociedade visando também um estudo que engloba todos os enquadramentos sociais em seus diferentes aspectos. Torna-se de fundamental importância que tais conhecimentos estejam disponibilizados a sociedade em geral e desta maneira conscientizar principalmente os alunos da funcionalidade da sociedade em que vivem. Podemos concluir que a importância de ensinar sociologia vai muito além da transmissão do conhecimento de forma teórica/metodológica. A Sociologia tem capacidade formadora de juízo crítico perante a realidade social, seu ensino torna-se cada vez mais relevante de modo que seu estudo avance no sentido da compreensão da sociedade em aspecto geral. Ela engloba conceitos fundamentais para o entendimento das estruturas e conjunturas que permeiam a vida social.